18/06/2009

Novas, velhas, boas e ruins

Final de Semestre chegando e ontem, 17 de junho, uma ótima surpresa ao “Terceira Onda”. O professor orientador desse blog, Paulo Roberto Botão, liberou às notas dos espaços virtuais. O nosso grupo ficou com “A”, sendo elogiado pelo conteúdo além que foi inserido durante a construção desse “pequeno” laboratório observatório dos futuros jornalistas. A ótima notícia veio acompanhada de uma outra chata, já altamente divulgada pela internet, não é mais exigida a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista.

Olhos de medo rondaram a turma. O próprio Botão não esconde a tristeza, embora se mostre tão preparado para encarar esse novo paradigma aprovado no Supremo no início da noite de ontem. A nós, recém universitários, buscando o diploma, para agir com ética e responsabilidade no mercado de trabalho, embora uma série de dúvidas ronde as nossas cabeças, há também o privilégio de poder acompanhar esse debate dentro da Universidade, com o apoio dos professores e colegas da turma.

Entendemos que há contradições nos discursos dos ministros. Será que o jornalista realmente interfere na liberdade de expressão? O espaço para graduados ou não em espaços opinativos de jornais e revistas está cada vez maior. O mundo da internet propõe isso. É preciso ser interativo, criar, inovar, recriar, enfim – tem que ousar.

Sabemos que é preciso muita discussão sobre a formação dos jornalistas e reconhecemos que uma porção destes não tem o diploma e exerce a função com grande propriedade. Mas qual será o reflexo desse novo decreto? Não haverá, de fato, uma problemática com a qualidade do que se é informado e noticiado pela imprensa?

E o comprometimento com a ética? E a já tão falada busca pelas fontes? Objetividade (embora muitas vezes utópica)? Transparência? Imparcialidade? A responsabilidade? Sim, sabemos que muitas pessoas têm o dom para escrever, e merecem esse respeito. Mas mesmo assim, nos estudos é que aprendemos valores importantes para a construção das notícias. Onde é que podemos ir parar?

Outro fato importante de destaque é a competitividade no mercado. Agora “o bicho vai pegar” mesmo. Tem que ser criativo, tem que ser diferente, fazer a diferença. Essa nova proposta carrega a onda de otimismo para a classe jornalística também: é hora de inovar, de questionar, de criticar, de propor o diferente e enxergar a diferença com princípios morais, de estar disposto a debates e a mudanças. Não dá mais pra levar a faculdade “com a barriga”, por que, agora, todos podem ter o diploma!

As instituições sérias vão continuar buscando os profissionais comprometidos e ousados, sejam estes formados ou não. Então, hora de acordar, hora de repensar... Hora de realmente honrar com o compromisso.

E as faculdades agora terão mesmo que inventar novos mecanismos de sobrevivência. Àquelas que conseguirem bons resultados na onda dessa ousadia serão, claramente, referências para as procuras e escolhas.

Fica então uma reflexão de Joseph Pulitzer: "A única profissão para a qual não se precisa de nenhum tipo de formação é a de idiota. Para as demais é preciso estudar".

4 comentários:

  1. Parabéns pelo texto, gente. Muito interessante.
    E eu gostei e concordo com a reflexão de Pulitzer.

    Beijoos!
    Mariana

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  2. Opa...bom esse texto...quem é que escreveu?

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  3. Oi. Eu que escrevi. Que bom que gostaram! Ronald.

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  4. Como um seguidor do Blog, estou aqui para lembrar que as coisas mudam. Claro, hoje esta notícia é um espanto, como pode não precisar de um diploma para exercer uma profissão de tanta responsabilidade?
    Mas amanhã, com certeza, coisas boas virão, o mundo do jornalismo dará a volta por cima, até mesmo porque, vocês são e serão o maior modo de comunicação, debate, e o melhor meio de demonstrar a insatisfação da população, neste caso vocês são a população insatisfeita...
    Basta lutar pelos direitos...

    Grande abraço à todos...

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