01/10/2009

Comunicar e ouvir - Liz Bittar

Acho que estamos precisando disso.
Veja o texto que recebi de uma colega que convivo em meu estágio:

A comunicação é um grande desafio para todos nós, especialmente no ambiente organizacional, onde temos que nos comunicar de maneira polida, objetiva e eficaz em absolutamente todas as circunstâncias; comunicar idéias, trocar informações de forma precisa, dar instruções de maneira clara, e responder às idéias dos outros de forma a estabelecer relações de confiança e respeito. Os estragos da má comunicação são bem conhecidos: desgaste nas relações, perda de tempo com retrabalho, mal-entendidos indesejados, agressões involuntárias, suscetibilidades afetadas, perda de motivação e stress.

O tom de voz e o linguajar são as barreiras mais evidentes ao diálogo aberto e eficaz, mas não são as únicas. Vamos falar um pouquinho das outras barreiras, que podem se transformar em vícios de comunicação, que muitas vezes empregamos de forma automatizada.

Quando alguém se comunica, transmite sentimentos e necessidades, além de idéias. À comunicação verbal devem se somar as indicações não verbais: postura, gestos, tom de voz, expressão facial, linguagem corporal. Ela nem sempre traduz o que se diz. Portanto, fique atento: suas palavras podem dizer uma coisa, e você, outra.

Mas talvez uma coisa mais difícil do que saber falar seja saber ouvir. Há estudos que demonstram que, a maioria das pessoas leva de três a quatro segundos para começar a formular uma resposta para o que estão ouvindo. Ou seja, nos ouvem atentamente durante este tempo, antes de se desconcentrarem de nós para se concentrarem em suas próprias respostas.

Quer ver como é fácil constatar isso? Comece a observar as respostas na ponta da língua. Não é difícil perceber que às vezes reagimos rapidamente à fala dos outros, antes mesmo de ouvir todas as suas colocações. E o que quer dizer isso? Que estamos mais preocupados coma nossa própria versão do que com o processo de troca que toda comunicação implica.

Os pediatras dizem que crianças pequenas não brincam com outras crianças; brincam na frente de outras crianças. E é verdade. Bebês e crianças de até dois anos de idade não têm ainda desenvolvida a capacidade de interagir e não focam a ação do outro. Estão mais preocupadas com suas próprias descobertas. E nós, quantas vezes nós agimos assim?

Portanto, a habilidade de ouvir deve ser a primeira a ser desenvolvida, para se aprender a captar as intenções do outro, explícitas ou não, e focar no que está sendo dito. E é mesmo difícil concentrar no que o outro está dizendo, se 90% do tempo que passamos "ouvindo", estamos, na verdade, formulando nossa resposta.

Um desafio ainda maior é ouvir, quando discordamos do que está sendo dito. Esta é uma habilidade que muito poucos dominam e implica ouvir o interlocutor e esperar que ele conclua, antes de externar seu próprio ponto de vista e discordar de maneira pró-ativa, mostrando o outro lado e buscando o consenso.

Já tentou fazer isso no calor da discussão? Parece que nossas avós conheciam bem a técnica. Quem nunca ouviu o conselho conte até três? E é verdade, na agitação é difícil contar até três, ou em outras palavras, esperar que o seu interlocutor termine, antes de responder. Mas é uma excelente forma de diminuir o ritmo da conversa, acalmar os ânimos. Diminuir o tom de voz e se comunicar de uma maneira que seja eficaz, ouvindo o outro e assim, abrindo espaço para que ele faça o mesmo.

Quer ver um outro erro habitual? Interpretar a fala do outro. Isso leva freqüentemente a distorções. Para que não pairem dúvidas sobre o que o outro está querendo comunicar, repita a fala, abstendo-se de "interpretá-la". Diga "você disse que" e então, repita literalmente o que foi dito. Isso dá uma chance ao se interlocutor para se ouvir, e se explicar melhor, se for o caso.

Uma outra barreira à comunicação eficaz é não demonstrar interesse no que está sendo dito. Na nossa correria diária, quase nunca "paramos para ouvir". Prosseguimos com nossas tarefas enquanto nos comunicamos com os outros, no estilo "vá falando que eu estou ouvindo". Afinal, a gente ouve com os ouvidos, certo? Errado. A gente ouve com o corpo inteiro. Demonstrar interesse no outro, parando por uns instantes as atividades para olhar diretamente para o seu interlocutor, são atitudes que fazem uma grande diferença!

__________________________________________________________________________________________

Liz Bittar é consultora em Treinamento & Desenvolvimento

Saiba mais sobre ela em www.lizbittar.com.br

Um bom fim de semana a todos!

13/08/2009

Começando o segundo semestre

O Fórum Permanente de Programas de Pós-Graduação em Comunicação do Estado de São Paulo convida para a aula magna de abertura conjunta do segundo semestre letivo de 2009. Na ocasião, o Prof Dr Jesús Martin-Barbero irá ministrar a palestra: "A pesquisa de Comunicação em tempos de globalização". Em seguida, haverá debate mediado pela Profa. Dra. Maria Immacolata Vassalo de Lopes, reunindo docentes especializados na obra do autor.
Este evento tem inscrições gratuitas e é aberto a docentes, discentes e demais interessados.
Data e horário: 17 de agosto de 2009 (segunda-feira), 14h00
Local: Auditório Simón Bolívar - Memorial da América Latina rua Tagipuru, 282 - Barra Funda - São Paulo
Entrada: portão 13
Estacionamento (pago): portão 15
Informações e inscrições: centralinfo@espm.br
Uma boa para começar o segundo semestre.
Abraço,
Érica Beltrame.

18/06/2009

Novas, velhas, boas e ruins

Final de Semestre chegando e ontem, 17 de junho, uma ótima surpresa ao “Terceira Onda”. O professor orientador desse blog, Paulo Roberto Botão, liberou às notas dos espaços virtuais. O nosso grupo ficou com “A”, sendo elogiado pelo conteúdo além que foi inserido durante a construção desse “pequeno” laboratório observatório dos futuros jornalistas. A ótima notícia veio acompanhada de uma outra chata, já altamente divulgada pela internet, não é mais exigida a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista.

Olhos de medo rondaram a turma. O próprio Botão não esconde a tristeza, embora se mostre tão preparado para encarar esse novo paradigma aprovado no Supremo no início da noite de ontem. A nós, recém universitários, buscando o diploma, para agir com ética e responsabilidade no mercado de trabalho, embora uma série de dúvidas ronde as nossas cabeças, há também o privilégio de poder acompanhar esse debate dentro da Universidade, com o apoio dos professores e colegas da turma.

Entendemos que há contradições nos discursos dos ministros. Será que o jornalista realmente interfere na liberdade de expressão? O espaço para graduados ou não em espaços opinativos de jornais e revistas está cada vez maior. O mundo da internet propõe isso. É preciso ser interativo, criar, inovar, recriar, enfim – tem que ousar.

Sabemos que é preciso muita discussão sobre a formação dos jornalistas e reconhecemos que uma porção destes não tem o diploma e exerce a função com grande propriedade. Mas qual será o reflexo desse novo decreto? Não haverá, de fato, uma problemática com a qualidade do que se é informado e noticiado pela imprensa?

E o comprometimento com a ética? E a já tão falada busca pelas fontes? Objetividade (embora muitas vezes utópica)? Transparência? Imparcialidade? A responsabilidade? Sim, sabemos que muitas pessoas têm o dom para escrever, e merecem esse respeito. Mas mesmo assim, nos estudos é que aprendemos valores importantes para a construção das notícias. Onde é que podemos ir parar?

Outro fato importante de destaque é a competitividade no mercado. Agora “o bicho vai pegar” mesmo. Tem que ser criativo, tem que ser diferente, fazer a diferença. Essa nova proposta carrega a onda de otimismo para a classe jornalística também: é hora de inovar, de questionar, de criticar, de propor o diferente e enxergar a diferença com princípios morais, de estar disposto a debates e a mudanças. Não dá mais pra levar a faculdade “com a barriga”, por que, agora, todos podem ter o diploma!

As instituições sérias vão continuar buscando os profissionais comprometidos e ousados, sejam estes formados ou não. Então, hora de acordar, hora de repensar... Hora de realmente honrar com o compromisso.

E as faculdades agora terão mesmo que inventar novos mecanismos de sobrevivência. Àquelas que conseguirem bons resultados na onda dessa ousadia serão, claramente, referências para as procuras e escolhas.

Fica então uma reflexão de Joseph Pulitzer: "A única profissão para a qual não se precisa de nenhum tipo de formação é a de idiota. Para as demais é preciso estudar".

E agora?

STF derruba exigência do diploma para o exercício do Jornalismo

Em julgamento realizado nesta quarta-feira (17/06), o Supremo Tribunal Federal deu provimento ao Recurso Extraordinário RE 511961, interposto pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo. Neste julgamento histórico, o STF pôs fim a uma conquista de 40 anos dos jornalistas e da sociedade brasileira, tornando não obrigatória a exigência de diploma para exercício da profissão. A executiva da FENAJ se reúne nesta quinta-feira para avaliar o resultado e traçar novas estratégias da luta pela qualificação do Jornalismo.Representantes da FENAJ e dos Sindicatos dos Jornalistas do RS, PR, SP, MG, Município do RJ, CE e AM acompanharam a sessão em Brasília. O presidente da Comissão de Especialistas do Ministério da Educação sobre a revisão das diretrizes curriculares, José Marques de Melo, também esteve presente. Do lado de fora do prédio - onde desta vez não foram colocadas grades - houve uma manifestação silenciosa. Em diversos estados realizaram-se atos públicos e vigílias.Às 15h29 desta quarta-feira o presidente do STF e relator do Recurso Extraordinário RE 511961, ministro Gilmar Mendes, apresentou o conteúdo do processo encaminhado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo e Ministério Público Federal contra a União e tendo a FENAJ e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo como partes interessadas. Após a manifestação dos representantes do Sindicato patronal e da Procuradoria Geral da República contra o diploma, e dos representantes das entidades dos trabalhadores (FENAJ e SJSP) e da Advocacia Geral da União, houve um intervalo.No reinício dos trabalhos em plenário, às 17h05, o ministro Gilmar Mendes apresentou seu relatório e voto pela inconstitucionalidade da exigência do diploma para o exercício profissional do Jornalismo. Em determinado trecho, ele mencionou as atividades de culinária e corte e costura, para as quais não é exigido diploma. Dos 9 ministros presentes, sete acompanharam o voto do relator. O ministro Marco Aurélio votou favoravelmente à manutenção do diploma.“O relatório do ministro Gilmar Mendes é uma expressão das posições patronais e entrega às empresas de comunicação a definição do acesso à profissão de jornalista”, reagiu o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade. “Este é um duro golpe à qualidade da informação jornalística e à organização de nossa categoria, mas nem o jornalismo nem o nosso movimento sindical vão acabar, pois temos muito a fazer em defesa do direito da sociedade à informação”, complementou, informando que a executiva da FENAJ reúne-se nesta quinta-feira, às 13 horas, para traçar novas estratégias de luta.Valci Zuculoto, diretora da FENAJ e integrante da coordenação da Campanha em Defesa do Diploma, também considerou a decisão do STF um retrocesso. “Mas mesmo na ditadura demos mostras de resistência. Perdemos uma batalha, mas a luta pela qualidade da informação continua”, disse. Ela lembra que, nas diversas atividades da campanha nas ruas as pessoas manifestavam surpresa e indignação com o questionamento da exigência do diploma para o exercício da profissão. “A sociedade já disse, inclusive em pesquisas, que o diploma é necessário, só o STF não reconheceu isso”, proclamou.Além de prosseguir com o movimento pela qualificação da formação em jornalismo, a luta pela democratização da comunicação, por atualizações da regulamentação profissional dos jornalistas e mesmo em defesa do diploma serão intensificadas.

16/06/2009

Novas sobre a obrigatoriedade do diploma do jornalista

STF julgará recurso contra o diploma dia 17 de junho

Adiado na tarde desta quarta-feira, o julgamento do Recurso Extraordinário RE 511961, que questiona a exigência do diploma em curso superior de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão, foi remarcado para o dia 17 de junho. A Executiva da FENAJ reúne-se neste feriado de Corpus Christi para traçar novas estratégias da campanha em defesa do diploma neste momento decisivo para o futuro do jornalismo brasileiro.Às 16h30 de hoje, quando acompanhavam a sessão do Supremo Tribunal Federal, dirigentes da FENAJ foram informados de que o julgamento do processo sobre o diploma havia sido adiado, mas sem previsão de quando retornaria à pauta. Como a pauta das sessões é definida sempre na semana anterior e amanhã é feriado, a nova data foi definida nesta noite.Outras matérias ordinárias também estarão incluídas na sessão da próxima semana. Mas a perspectiva é que com a definição da nova data o recurso sobre o diploma seja efetivamente apreciado. Às 9h desta quinta-feira, a Executiva da FENAJ, que está em vigília permanente, definirá os novos passos desta luta. O GT Coordenação Nacional da Campanha em defesa do Diploma também se reúne neste feriadão para tratar do assunto.Com o processo de mobilização dos apoiadores da campanha intensificado nos últimos dias, a FENAJ e a coordenação do movimento esperam que as manifestações e articulações de novos apoios multipliquem-se com velocidade até o dia do julgamento.“O fim da exigência do diploma para o exercício do Jornalismo significaria um grande golpe em nossa regulamentação profissional”, destaca Valci Zuculoto, diretora da FENAJ e componente da coordenação da campanha em defesa do diploma. “Não podemos deixar que os destinos do jornalismo no país fiquem ainda mais à mercê dos interesses dos donos da mídia”, diz. “Nossa expectativa é de que o STF se posicione pela manutenção da obrigatoriedade da formação. Mas para que isto se confirme, precisamos, todos, seguir firmes na luta”, conclui.

Fonte: http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=2627

Veja cobertura completa sobre a obrigatoriedade do diploma e a opinião de alguns jornalistas sobre o assunto, feita pela equipe "A Terceira Onda", clicando aqui.

31/05/2009

26/05/2009

4º Poder?

A conceituada jornalista Salete Lemos foi demitida de uma emissora filiada à TV Cultura depois desse desabafo.
Cumprindo o seu papel de investigar e trazer informação à população, Lemos informa, bastante indignada, sobre as taxas absurdas dos bancos. E ainda ironiza a justiça brasileira. Ela está tentando fazer a diferença...

Uma homenagem do grupo "A Terceira Onda" a essa jornalista.

25/05/2009

"A Terceira Onda" e os seus anseios

Em 23 de março de 2009 nasceu esse espaço: "A Terceira Onda", blog criado para a elaboração e desenvolvimento da disciplina INTRODUÇÃO AO JORNALISMO I, coordenada pelo professor Paulo Roberto Botão. (Saiba como surgiu o nome do grupo clicando aqui)

Ousando um pouco mais, "A Terceira Onda" elaborou um especial sobre a obrigatoriedade do diploma para se exercer a função de jornalista. O especial "deu o que falar" e rendeu polêmica no blog logo nos primeiros dias de vida. Diversas foram as manifestações de alunos e jornalistas sobre o assunto. (Clique aqui e veja o especial)

Na sequencia, "A Terceira Onda" esboçou ideias sobre o interesse público, a informação jornalística, os principais marcos do desenvolvimento do jornalismo e as necessidades de conhecimento da sociedade. (Clique aqui e conheça as ideias do grupo sobre esses assuntos)

Partindo para o campo de trabalho dos jornalistas, "A Terceira Onda" decidiu trazer em debate no jornal "A Tribuna Piracicabana". O atencioso editor chefe do jornal, Erich Vallim Vicente, recebeu os integrantes do grupo, concedendo uma entrevista muito pertinente sobre os temas atuais do jornalismo. (Clique aqui e veja a entrevista na íntegra)

Já que o grupo pesquisou sobre o jornal "A Tribuna Piracicabana", foi elaborado um resumo sobre a história do jornalismo impresso. Com o título "De papiro a jornais", a matéria traz curiosidades sobre a invenção da escrita e da impressão, desde a Acta Diurna até a penny press ou o "novo jornalismo". (Clique aqui e veja a matéria)

O grupo leva ainda para os leitores, uma rápida história sobre "A Tribuna Piracicabana". (Conheça mais sobre o jornal clicando aqui)

A TERCEIRA ONDA - Integrantes: Érica Beltrame, Esther Rosalen, Fernando Galvão, Leonardo Belquiman, Lucas Calore, Ronald Gonçales e Heloisa Kimura.

Jornal para leitores ecléticos

O jornal “A Tribuna Piracicabana” foi criado em 1974 pelo jornalista Evaldo Vicente. Três mil exemplares do impresso circulam de terça a sábado em Piracicaba. Totalmente colorido, “A Tribuna” tem em seus assinantes o principal foco de renda, onde 97% dos leitores recebem o jornal em sua residência, o restante fica a venda nas bancas de jornal.

Com matérias que primam pela localidade, o jornal desenvolve um trabalho comunitário, sendo entregue também nos municípios de Charqueada e Saltinho. Em 1989 começou a sua circulação na cidade de Rio das Pedras e Mombuca, com 4 mil exemplares entregues gratuitamente às sextas-feiras.

Em São Pedro existe, desde sua criação, um semanário com 6.500 exemplares distribuídos aos sábados. Os três jornais são em formato standard (54 cm de altura) e impressos em oficina própria.

O jornal "A Tribuna Piracicabana" tem como perfil leitores ecléticos, como professores, estudantes, advogados, empresas estatais, sindicatos, escritórios de contabilidade e etc.

Clique aqui e visite o site oficial do jornal "A Tribuna Piracicabana"

13/05/2009

De papiro a jornais

A impressão é realmente a verdadeira revolução da história do jornalismo" (PENA, Felipe)


Não tem como explicar a história do jornalismo impresso sem antes falar da invenção da escrita e da impressão que, sem dúvidas, foram os fatores que permitiram que o jornalismo impresso pudesse ter expansão em todo o mundo.

A invenção da escrita não foi considerada, de imediato, uma grande descoberta para o pensamento humano. O filósofo Sócrates, por exemplo, acreditava que um livro poderia abater por completo o conhecimento da humanidade.

Os primeiros suportes da escrita foram as tábuas de ferro sumérias, que dificultavam muito a transmissão da informação, pela baixa qualidade que se obtinha na escrita. Depois vieram as tabuletas de madeiras, marfim, bambu fundido, peles de animais, tiras de chumbo, estanho, pétalas de flor e papiro, considerado este o principal, principalmente na Antiguidade Clássica, pois era no papiro, por exemplo, que os romanos escreviam diariamente a Acta Diurna - um relato do que ocorria no Senado, além da vida social e política do Império. Esses relatos podem, inclusive, serem considerados como uma forma de jornalismo, por trazerem periodicidade e identidade.

Não se pode esquecer de trazer à tona também o nome de Gutemberg, que ficou conhecido no mundo ocidental como o grande revolucionário da impressão - uma de suas primeiras obras impressas foi a Bíblia. Através de Gutemberg foram consolidadas as línguas nacionais, difundindo-se a Reforma Protestante e também a Contra-reforma e a constituição da indústria do livro e da imprensa periódica.

Ao falar sobre a história do jornalismo impresso é importante ressaltar que o seu desenvolvimento, assim como o de outros canais de informações, está sempre envolto em interesses econômicos ou políticos da sociedade. Além, é claro, dos avanços tecnológicos.
Quando partirmos para os jornais, temos que explicar as gazetas, que vêm de "gazzete" - a moeda de Veneza, no século XVI.

As gazetas eram manuscritas, periódicas e possuíam 4 páginas, em frente e verso, custando uma unidade monetária (uma gazeta). Essas notícias eram de interesse mercantil, trazendo informações sobre as colheitas, chegada de navios, cotação de produtos e relatos de guerras. Nas gazetas, não se encontravam "títulos". Em tempo: Veneza era o centro comercial e informativo mais importante da Europa. Essas gazetas se derivam das lettere d´avvisi - cartas manuscritas, não periódicas, que já eram recebidas pelos comerciantes venezianos desde o século XIII, na Praça central da cidade, o Brolo.

No Brasil, o desenvolvimento do jornal impresso está atrelado à transferência da Corte Portuguesa no país. A “Gazeta do Rio de Janeiro” trazia informações da Corte Portuguesa, com caráter bastante oficial. Já o “Correio Brasiliense” possuía mais autonomia, trazendo – de forma independente – os fatos da nação.

Devido ao atraso das populações indígenas, a predominância do analfabetismo, a ausência de urbanização, a precariedade da burocracia estatal, e outros aspectos, o jornalismo no Brasil demorou a ser instalado se comparado a outros países, como México, Guatemala, Peru, Paraguai, Cuba, Argentina e Chile.

Um Novo Jornalismo
Na época de Gutemberg a tecnologia permitia a impressão de 50 páginas por hora. Em 1814, com a invenção de Koenig - os prelos com cilindros - era possível a impressão de 1.100 páginas por hora. Já com as rotativas de Marinoni era possível imprimir 95.000 páginas por hora. Além dessas, outras invenções foram capazes de mudar o jornalismo no século XIX: as melhorias na reprodução de imagens, com a fotogravura e a heliogravura, a invenção do telégrafo e a máquina fotográfica que inspirou o jornalismo a reproduzir, através de imagens, a realidade à sociedade.

Nesse mesmo século, o jornalismo passou a ser uma profissão, com pessoas que se dedicavam - de forma integral - a essa atividade. Agora, o jornalismo produz informação e não propaganda, nascendo a notícia baseada nos fatos e não nas opiniões, a busca pela verdade, independência (política e econômica), objetividade e noção do serviço público. Sendo assim, cria-se um "novo jornalismo", ou a "penny press", os jornais encarados como um negócio que rende lucros!

Referências teóricas:
“A Teoria do Jornalismo” (PENA, Felipe)
“Teorias do Jornalismo” (TRAQUINA, Nelson)

Grupo entrevista o jornalista Erich Vallim Vicente

O editor-chefe do Jornal A Tribuna Piracicabana Erich Vallim Vicente é entrevistado pelo grupo A Terceira Onda: "Uma das dificuldades encontrada quase que diariamente é que temos sempre assuntos demais para os leitores e espaço de menos". Acompanhe a entrevista completa abaixo.


Piracicaba, 07 de Maio de 2009

Em visita ao Jornal A Tribuna Piracicabana, o grupo A Terceira Onda contou com a colaboração do jornalista e editor-chefe Erich Vallim Vicente, que nos falou como um jornal é feito antes de ser impresso. Destacou dificuldades encontradas para obter as notícias, falou sobre a forma ética e profissional que o jornal tem como responsabilidade perante o seu publico e com seus próprios ideais e princípios.

Erich Vallim Vicente, 27, jornalista, editor-chefe do jornal A Tribuna Piracicabana, é formado na Faculdade de Comunicação da Unimep, em 2003, estudou também na Pós-Graduação da Cásper Líbero em Comunicação Jornalística. O jornalista teve um começo bastante diversificado, atuou como entregador do jornal, passando pela função de office boy e pela diagramação. Quando ingressou na faculdade, trabalhou como fotógrafo e, no seu segundo ano de faculdade, partiu para a reportagem. Dois anos após concluir o curso, assumiu o cargo que exerce até hoje. Sua equipe conta com sete jornalistas.

A Terceira Onda: Erich, qual sua rotina de trabalho no jornal?
O início do meu trabalho no jornal se dá às 13 horas. Normalmente inicio vendo a mídia em geral e faço a leitura dos três jornais da cidade para saber o que foi publicado, dando inicio ao trabalho das pautas de assuntos da cidade que será definido junto à equipe no período da tarde. As pautas de Cultura e Esporte, no entanto, são responsabilidades do próprio repórter. Seleciono as matérias fornecidas pela Agencia Estado, mais ligadas ao cenário de entretenimento global, esporte nacional, crítica de cinema, entre outros.

Existe uma atenção sobre o perfil do leitor do jornal? Você conseguiu perceber esse perfil, trabalha focado nele?
Sim, temos e nos atentamos a ele, sabemos que nossos leitores são pessoas de meia idade e de conhecimento intelectual político e cultural; temos que seguir esse perfil nas informações até porque eles representam 90% dos leitores e são assinantes.

Você pode citar alguns pontos de dificuldades na hora de fazer a seleção das matérias, por exemplo?
Uma das dificuldades encontradas quase que diariamente é a que temos sempre assuntos demais para os leitores e espaço de menos; outra é a quantidade de informação na internet, isso faz com que tenhamos que nos atentar com responsabilidade ao que vai ser publicado, temos que ser racionais, e saber a melhor forma de aproveitar o espaço físico; tem que ser matemático, o ser “matemático” é delicado e requer muita atenção, cortar caracteres não significa que a notícia vai ser mal transmitida. É complexo e tem que ser feito, sem os “tiranos” da edição, como somos chamados às vezes, o jornal pode pecar na perda do espaço, pois os assuntos são diversos e temos que distribuir esse espaço com cuidado, sempre. A negociação com fontes também é difícil, às vezes são feitas exigências que o jornal não pode cumprir.

Pode citar uma dessas exigências?
Sim, o direcionamento de matéria é um exemplo.

Sobre desafios, o jornalismo conta com vários, entre eles o de pensar no interesse público, e em como preencher essa lacuna. Como você trabalha essa questão?
Nesse caso tomamos cuidado para que não sejam colocadas notícias que não estejam dentro dos parâmetros do interesse dos leitores de Piracicaba. É um cuidado importante. Não adianta o jornal ficar enchendo espaço com notícias de cidades da região que não sejam de interesse local. Outro cuidado é o de não repetir as notícias que são produzidas pela nossa redação; se levantamos um assunto damos tempo para ele se desenvolver para depois retomar a discussão. Não fazemos repetições exageradas sobre o assunto, essa repetição fere o que é de interesse público.
As notícias na área de segurança pública que levantamos tem atenção ao que se refere a interesse público e ao interesse particular também, por exemplo, temos na cidade um caso de discussão sobre o complexo penitenciário, no qual envolve o interesse particular e o interesse público, temos famílias com presos em cidades bastante distantes que procuram soluções para isso tentando trazer o detento para a cidade de origem, e temos o fator de que o complexo está construído em um local de patrimônio publico e ambiental, e que está idealizado sem uma discussão pública sobre a construção. É assim que trabalhamos, mostrando os interesses de forma que a sociedade possa criar uma opinião a respeito.

Informar ao público questões de interesse público que não são discutidas junto à sociedade, como essa do presídio e outras que envolvem políticos e órgãos públicos trazem complicações ao jornal?
É um assunto bastante complexo e delicado, já escrevemos sobre assuntos que nos rendeu telefonemas com ameaças de processos, mas não fomos processados.


Internet. Notícias rápidas, diversidade de assuntos, facilidade de escolha do que se quer ler, isso atrapalha o impresso, deixa em cheque o clássico momento de pegar e ler o jornal página por página. Qual o impacto que esse veículo tem no jornalismo? Como você se relaciona com a internet?
Em 1996 (ou 1997, não me recordo), fiz minha primeira assinatura na internet, por curiosidade, desde então nunca deixei de lado. A internet foi um impacto na sociedade em geral e não só para o jornalismo; a internet mudou a visão sobre as mídias tradicionais, como o jornal impresso. Acredito que o impresso não está ameaçado pela internet, existem pontos que favorecem o jornal on-line, como as diferenças de política e radiodifusão no Brasil, que é pautada dentro de uma política de nação, as empresas de comunicação não podem ter mais de 30% do capital dela estrangeiro enquanto o meio online que também é um meio de radiodifusão não tem essa regra aplicada, esse é um ponto que será discutido muito ainda. Acredito que há muito a acontecer em relação a esse tema internet versus mídias tradicionais.

Como você define a formação de um jornalista?
Ela tem que se dá a partir da formação pessoal do individuo, ele (a) tem que ter entendimento da sociedade em que vive, saber sobre o mecanismo dela e como ela funciona, saber como é organizada essa democracia que a envolve, entender dos poderes, terem uma visão ampla de todos os assuntos e conhecimentos amplos também, é esse o perfil de uma formação jornalística e de qualquer outra profissão. Estar envolvido em novos conhecimentos é necessário para qualquer formação.

08/05/2009

Conceito de interesse público e informação jornalística

A sociedade - assim como o jornalismo – vem, ao longo do tempo, sofrendo mudanças em sua história com pontos importantes para se fazerem conjuntas, traçando caminhos a serem seguidos.

O jornalismo, por sua vez, vem sendo muito modificado devido às mudanças sociais e tecnológicas. Já a sociedade é moldada pela mídia e imprensa comercial que tratam as informações e a vida como se fossem um show, deixando ofuscada a informação real, séria e responsável, que poderiam fazer com que o indivíduo tivesse uma visão mais crítica e pudesse discutir com conteúdo os problemas que fazem o real interesse público.

No dicionário, público significa: “Do, ou relativo, ou pertencente, ou destinado ao povo, à coletividade”. Programas de entretenimento jornalísticos, muitas vezes, invadem a vida privada de determinados nomes da mídia, expondo estes a cenas surreais de vida, como se isto fosse realmente de interesse público.

Interesse público tem que trazer ao receptor o conhecimento que seja vital para a sua vida. Os debates sobre a política, a cultura, a educação, nem sempre são abordados da forma como realmente deveriam pelo jornalismo brasileiro. Um exemplo disso, atual, é a anulação da obrigatoriedade do diploma para exercer a função de jornalismo, que estava tramitando no Supremo Tribunal Federal. Pouco vimos na TV, rádios, revistas ou jornais sobre o assunto. Ora, e a proposta do debate público, de permitir que tenhamos uma opinião sobre esse assunto, seja ela contra ou favorável?

As informações, muitas vezes, acabam sendo censuradas ou maquiadas pelas leis de mercado. A mídia vem construindo, ao longo do tempo, o gosto do público através da sua posição que é condicionada pelo interesse também do mercado - e nem sempre pelo interesse público; assim não podemos entender que o interesse público seja um norteador dentro dessa esfera jornalística. Talvez se a imprensa mostrasse interesse e compromisso com o jornalismo ético, de postura intelectual honesta e padrões técnicos, pudéssemos ver uma transformação nesse cenário. Neste contexto, a sociedade entraria também em um ciclo de transformações, podendo mudar o que se tem por interesse.

Como sugere o texto “Conceitos e Histórias” de Felipe Pena, nem sempre o que é trazido à esfera pública seja, de fato, de interesse público; justamente por isso a informação jornalística passa por uma série de seleções que andam de acordo com os interesses dos meios de comunicação em que são produzidas.

Contudo, uma grande responsabilidade desse universo é do próprio espectador, que recebe essas informações e se considera satisfeito, não visando mudanças nesse panorama.
Veja também:

14/04/2009

Visitem também os blogs abaixo

Agora estão disponíveis os links para o acesso aos blogs de nossos colegas de classe, que estão fazendo parte dessa luta pelo conhecimento.
O interessante desse espaço é criar maior interação entre os blogs, para que a informação e o conhecimento obtido nas aulas e visitas de cada grupo seja compartilhado e não fique restrito apenas ao grupo.

Fiquem à vontade para ler, aprender, viver e sentir um pouquinho das emoções que nós sentimos e compartilhar conosco esses sentimentos.


Blog Nosso Jeito

Blog Jornalismo Sem Fronteiras

Blog Liberte-se

Blog Letteri D'Avvisi

Blog Todo Poder À Imprensa

Blog Jornal G4

08/04/2009

Marcos no desenvolvimento do jornalismo

O desenvolvimento do jornalismo teve como marco inicial a revolução industrial, que dá início ao crescimento das metrópoles e assim nasce a necessidade de informação e conhecimento do novo, do que acontecia no espaço público. Outro fato importante foi o aperfeiçoamento dos suportes que levariam o conhecimento e as informações como o telégrafo, o rádio e a televisão que dariam impulso para ultrapassar novas fronteiras da tecnologia.

Nesse mesmo século o jornalismo tem outro ponto importante: o desenvolvimento dos mass media, que se dava, nesse momento o início da comunicação em massa, uma comunicação abrangente, para todos.

Com o aparecimento do penny press, cai o conceito de que o jornalismo só se interessa pelas notícias políticas e politizadas e dá início a um jornalismo comercial, voltado para a venda. Aqui, os jornais passam a ser produzidos como forma de obtenção de lucros aumentando a tiragem. Isso oferece à massa um novo produto: um produto que vende informações e não mais opiniões.


Apesar disso, o desenvolvimento da fotografia é fundamental para a modificação e aprimoramento do jornalismo. Neste contexto, concluímos que com a fotografia o real é tratado através de imagens, o que levaria o fato muito mais próximo do leitor, “garantindo” que aquilo aconteceu verdadeiramente.

O jornalismo e as necessidades do conhecimento

O que é conhecimento na sociedade atual? Tendo isso em mente, devemos esclarecer que o conhecimento se dá através de um conjunto de informações absorvidas pelo seu receptor, e este julgará, mais tarde, se aquelas informações vão de acordo com sua “própria opinião”, ou valores.
O receptor irá refletir sobre as informações e filtrá-las. A partir disso, vemos que o conhecimento leva o indivíduo a romper o seu senso comum, uma vez que ele recebe informações imparciais.

Portanto, o jornalismo contemporâneo é capaz de atender às necessidades de conhecimento da sociedade pós-moderna?
Se tratarmos a informação como forma de conhecimento, não, o jornalismo não atende às necessidades de conhecimento da sociedade atual e sim à necessidade de informações; porque, como já citamos no parágrafo anterior, o conhecimento leva o receptor de informação a se questionar, a se posicionar perante assuntos polêmicos e quebrar seu status quo.
Porém, a informação nem sempre vem de forma imparcial ou neutra, fazendo com que o receptor seja uma mera cópia de opiniões de autoridades públicas ou privadas que são divulgadas nos meios de comunicação de massa e por isso não pensa, não gera conhecimentos.

Se olharmos o jornalismo contemporâneo como forma de obtenção de informações, aí sim seria válida a ideia de que aquele responde às necessidades deste na sociedade.
Hoje, vivemos em uma cultura superficial, de velocidade de comunicação devido aos meios online desenvolvidos ao longo dos séc. XIX e XX e esses dois fatores exigem dos meios de comunicação uma produção exageradamente rápida, gerando assim informações superficiais.

Para que isso seja revertido, é preciso pensar no jornalismo do ponto de vista de James Mills que diz que a imprensa deve ser a “agitadora” da população; podemos ver isso no trecho em que o autor diz “O povo, para estar no seu melhor estado, deveria parecer pronto e impaciente para entrar em ação (...)
A imprensa, que é o nosso único instrumento, tem neste momento a efetuar a mais delicada e exaltante função que algum poder teve até agora que desempenhar neste país”.

03/04/2009

Um novo golpe


Video: Érica Beltrame


A Terceira Onda realiza cobertura especial sobre a obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Veja os links:

Uma resposta serena

A união faz a força

A curiosidade de Brasília

Júnia Mariano, jornalista de Limeira, e a sua opinião sobre a obrigatoriedade do diploma

Depoimentos de diversos jornalistas sobre a obrigatoriedade do diploma

A constitucionalidade do diploma de jornalismo

Uma resposta serena

Ministro Joaquim Barbosa - caminhando ao lado do Ministro Menezes Direito.
Os dois Ministros observaram a manifestação feita por estudantes da UNIMEP, PUC-CAMP e UNICAMP, seguidos pela imprensa eufórica por uma posição sobre a votação. Os Ministros durante o passeio ao redor do Supremo Tribunal Federal deixaram como resposta uma certa "serenidade" em relação a manifestação e a propria votação.

Por: Érica Beltrame
Foto: Érica Beltrame
Maurício Azêdo - Presidente da ABI - Associação Brasileira de Imprensa em entrevista durante o intervalo da votação.
Por: Érica Beltrame
Foto: Érica Beltrame

A união faz a força

Estudantes e professores juntos em torno de um objetivo.
"Oh Gilmar Mendes preste atenção, muito respeito com a nossa profissão"

Por Fernando Galvão
Fotos: Érica Beltrame

A curiosidade de Brasília

A manifestação, liderada pela UNIMEP, no dia 1 de abril gerou a curiosidade de parlamentares, funcionários públicos, presidentes, entre outros.

Por Fernando Galvão
Fotos: Érica Beltrame e Fernando Galvão

02/04/2009

Jornalista de Limeira opina sobre a obrigatoriedade do diploma

"O jornalista é um educador também" - com esta frase, a jornalista limeirense, Júnia Mariano, de 37 anos - que atualmente é assessora de imprensa da Câmara Municipal de Limeira - definiu a sua posição quanto a não obrigatoriedade do diploma para exercer a função de jornalista. O recurso - que seria votado ontem, 1º de abril, no Supremo Tribunal Federal - foi adiado para o próximo dia 15, e promete criar mudanças radicais na imprensa do Brasil (veja matérias abaixo publicadas por Fernando Galvão).

Jornalista há 13 anos, formada pela Universidade de Alfenas, Minas Gerais, e pós graduanda do curso de "Gestão da Comunicação", na Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, Mariano afirma que a qualidade do que se é produzido pela imprensa será prejudicada, caso o diploma passe a não ser essencial ao jornalista: "O diploma lapida o profissional jornalista, que apura, em todos os casos, o peso das informações", diz.
Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), declarou, por meio da assessoria da Federação, que o adiamento do julgamento do recurso contra o diploma é decorrência da mobilização dos apoiadores do diploma, que, inclusive, está revertendo o clima do “já ganhou”, de empresários contrários a este exigência do diploma: “Mais uma vez os jornalistas, professores, estudantes e representantes da sociedade deram provas de capacidade de mobilização e combatividade em defesa do direito dos cidadãos à informação com qualidade”, disse.

Veja mais em: http://www.fenaj.org.br/.

Leonardo Belquiman, integrante do grupo "A Terceira Onda", é clicado por fotógrafos da globo.com durante a manifestação de ontem. Leonardo é o último rapaz da direita, com a camiseta da Unimep. Érica e Fernando estiveram acompanhando as manifestações também! Valeu, moçada!



por Ronald Gonçales

31/03/2009

Depoimentos de jornalistas a respeito da RE – Recurso Extraordinário – 911561

"Sou favorável ao diploma de jornalista. Ao mesmo tempo, vejo que seria muito importante regulamentar o estágio na profissão. Assim, muitos jovens teriam a oportunidade de atuar na legalidade e diversos talentos não seriam ceifados. Trabalhei durante anos na área sem ser jornalista profissional. Devo isso às pessoas que confiaram no meu trabalho e no meu caráter. Não estou cuspindo no prato que comi, mas vejo que, com a obrigatoriedade do diploma - e consequentemente a regulamentação do estágio a bagunça seria menor. Não haveria mais espaço para oportunistas e pessoas de má índole neste segmento profissional."
Eder Henrique
Diretor de Jornalismo
Rádio Difusora AM 650 e FM 102.3

"Sou a favor, aliás, totalmente e radicalmente, do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Nada contra quem escreve, os chamados articulistas. São formadores de opinião, fundamentais para a estrutura de um jornal, mas a técnica jornalística se aprende no âmbito acadêmico e na prática. Não poderia, na condição de jornalista, por exemplo, assinar um laudo de Engenharia ou uma petição para um juiz. São apenas alguns exemplos. Em resumo, acredito que cada profissional deve se especializar em sua área. Cada um no seu quadrado."
Luciana Carnevale
Jornal A Gazeta de Piracicaba


"A respeito da exigência do registro, primeiramente, é preciso separar uma coisa da outra. A não exigência do diploma não elimina a necessidade de formação. O que acontece é que sindicatos e universidades são os interessados na exigência do registro, porque eles atrelam isso diretamente à necessidade do indivíduo se formar (cursar uma universidade) e, assim, torna-se um potencial sindicalizado. Ou seja, são os dois setores com o maior interesse comercial sobre a exigência do registro, que, repito, eles atrelam à exigência do diploma. Acontece que a exigência do registro para exercer a profissão de jornalista nasceu num contexto de Ditadura Militar, com o intuito de "marcar" quem era jornalista, já que, com uma lei restrita de divulgação de opinião e informação, o governo militar precisaria ter cada vez maior controle sobre os jornalistas. Então, por favor, dizer que o registro é "defesa da democracia" é uma mentira, já que essa exigência nasceu justamente como forma de contrapor a democracia; nasceu em um regime de exceção, de ditadura. Agora, no que tange a questões trabalhistas, exigir o registro num momento de comunicação tão variada e expansiva como o atual é criar uma pasmaceira jurídica sem precedentes. Ou seja: você vai proibir professores de escrever em uma publicação jornalística; você vai restringir blogueiros?; quem poderá abrir um site?, apenas jornalistas? Enfim, a exigência do registro cria uma pasmaceira, um lamaçal trabalhista, uma situação incômoda, intransigente e anti-democrática. Estamos, no fim, falando do Artigo 19 da Declaração dos Direitos Humanos, que dispõe sobre a liberdade de "expressão e informação". Muitos vão argumentar, por exemplo, que "não-jornalistas" têm espaço em colunas de cartas e artigos como “colaboradores”, mas, espera aí, informação é apenas produzida por jornalistas? Não!, de forma alguma. Então, é por isso que sou totalmente contra a exigência do registro. Ao mesmo tempo, sou favorável à necessidade de formação. Eu, como um jornalista e que tenho que contratar jornalistas, costumo apenas contratar formados – com algumas raras exceções. Enfim, essa briga pelo registro que, tenho certeza, vai ser derrubada no Supremo, só interessa a professores universitários presos a uma briga sindical e de sindicalistas presos em sua necessidade de fortalecer uma entidade que há tempos não representa a categoria."
Erich Vicente
Jornal A Tribuna Piracicabana


"Sou estudante de jornalismo. Naturalmente, defendo o diploma. Mas não é uma defesa que se baseia apenas nos motivos particulares, é uma idéia que preza pela qualificação do serviço a ser prestado. Vejo o jornalismo como uma profissão fascinante e exigente. Vejo também que necessita cuidados extremos, pois é o principal elo entre o fato e a sociedade. Recordo que é através do jornalista que a sociedade forma opiniões, constitue fatos, enfim, compreende seu entorno. Fica claro, nestes breves argumentos, a necessidade do bom preparo, da boa formação e conhecimento de quem informa, do jornalista. E o curso universitário está para tal tarefa. Oras, se um médico ou advogado precisam de seus diplomas e formação, o jornalista está em igual posição. Pode-se discutir a maneira como as universidades tratam o curso, mas é inadmissível questionar sua validade. De que adianta saber utilizar microfones, câmeras e gravadores se não se tem a noção exata de suas finalidades? De que serve possuir uma voz abençoada se não se sabe utiliza-la? Jornalismo não é apenas exposição de idéias. É a exposição de fatos diante de uma sociedade. Esta sociedade tem regras, obrigações. Saber aplicar ao texto um "lead", saber até que ponto se deve respeitar um entrevistado, tudo é aprendizado. Para isso, está o curso de jornalismo. Caso o diploma seja declarado sem valor, teremos nos jornais um reflexo da sociedade: muita estética e pouca eficiência."
Leonardo Moniz, 5º semestre de jornalismo, Unimep.
TV Piracicaba, canal 5 Net

"Existem pessoas excelentes, na área. Mesmo sem o diploma de jornalismo. Como também há aqueles com diploma que, não tem ética, cultura e conhecimento. Minha maior preocupação é que, o jornalismo além de fonte de informação e também cultura e tudo mais. Uma palavra mal escrita, mal dita, mal empregada pode gerar grandes prejuízos, até prejuízos morais. Tivemos vários casos com repercussão nacional que, as "pessoas" só atrapalharam o trabalho da própria polícia, como, o caso Eloá e Escola de Base. Penso também que, isso é questão de índole, de personalidade e talvez, isso não se aprenda na escola, mas, no convívio familiar. Temo que, com a não obrigatoriedade do diploma, qualquer pessoa queira exercer a profissão. Quando digo, qualquer, quero dizer pessoas que, não tem habilidade com o português, não tem conhecimento, ética e cultura. Queiram apenas, ganhar dinheiro, aquele dinheirinho extra e dizer que, é jornalista, sem ter o básico para isso. E daí para onde vai, a real informação de forma imparcial? A credibilidade? Se pudesse votar, votaria a favor do diploma. Embora, alguns colegas, que respeito o trabalho, não tenham o diploma. Percebo que, hoje, o jornalismo para alguns é um rostinho bonito que, aparece na telinha. Veja, o grande número de modelos, mulheres de diretores que estão em evidência fazendo entrevistas? Jornalismo é algo sério. É informar a população dos acontecimentos e deixá-la julgar esses acontecimentos. E não querer "aparecer" diante das câmeras, mas, deixar a notícia ter mais destaque, do que, o próprio profissional."
Flavia Vieira
TV Beira Rio


"Eu, como jornalista profissional diplomado, logicamente sou a favor do diploma. Como a maioria das profissões regulamentadas, o jornalismo também precisa de uma formação acadêmica. Para ser um bom jornalista não é preciso, somente, saber escrever e/ou falar. É preciso muito mais, como ética, técnica de redação e, se possível, uma segunda língua, entre outros matérias que nem sempre aprendemos somente com a prática. Por isso, sou favorável à especialização acadêmica."
Erivan Monteiro
Editor de esportes e Marcas & Motores do Jornal de Piracicaba

"Com certeza, concordo em genero, número e grau com as palavras do Eri. Além disso, os "jornalistas" não diplomadas acabam tirando vagas e/ou emprego de profissionais que estudam e batalham, no minimo, quatro anos.... Desse jeito, o jornalismo poderá exercer a profissão de médico?????"
Leandro Bollis
Rádio Onda Livre AM

"Concordo com todos, sou formado em Comunicação Social - Rádio e TV pela UNIMEP e tenho meu diploma e não consigo emprego, pois existem pessoas que não são do ramo trabalhando na função, só por que fala bem ou sabe fazer outra função que poderia ser emprego de qualquer cidadão que luta por 4 anos para ter seu diploma. Se você tem o diploma você tem o seu direito. Se for assim, não deveria existir faculdade."
Vitor Prates

"Penso que não escolhemos, somos escolhidos pelo jornalismo e somente depois da iniciação (leia curso superior), estaremos pré-aptos a respeitar uma série de condutas que envolvem a confraria (leia profissão) e somente estaremos aptos quando olharmos para trás e afirmarmos que nunca caímos na tentação (leia presentinhos em troca de “favores”). Ser jornalista, no romantismo da profissão, é ser responsável e amante da informação. É mesmo como uma seita, onde fazemos pacto com a defesa dos direitos da sociedade. Ganhamos pouco, trabalhamos muito e defendemos a verdade com todas as forças. O diploma é nosso escudo e a palavra nossa espada. Sejamos dignos e defensores de nosso armamento!"
Alessandra Fraga
Assessora de Imprensa

Por Fernando Galvão

A constitucionalidade do diploma de jornalismo



Nesta quarta feira, 1º de abril às 14h, o Superior Tribunal Federal irá analisar em última estância a RE – Recurso Extraordinário – 911561, tal proposta tem como objetivo questionar a constitucionalidade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. Concomitantemente também será analisada a ADIN – Ação direta de Inconstitucionalidade – contra a lei de imprensa interposta pelo PDT.

Nas estâncias inferiores a obrigatoriedade foi mantida por unanimidade, fato que deixa otimista a FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas – e Coordenação da Campanha em Defesa do Diploma.

Varias manifestações estão sendo feitas em diversas partes do Brasil, e nesta quarta feira chegarão a Capital Federal caravanas de todas as partes, para protestar em frente ao STF.

O assunto, polêmico, gera discussão até mesmo dentro da área de comunicação, tanto que a ação foi promovida pelo sindicato patronal de Rádio e TV do Estado de São Paulo, juntamente com o Ministério Público – SP.

De um lado o argumento que a obrigatoriedade do diploma ameaça a liberdade de expressão, do outro a luta pela garantia da diversidade de pensamento e opinião presentes na sociedade. O primeiro argumento é fraco, tendo em vista que a função do jornalista é de caráter informativo, embasado em estudos pré definidos, que lhe darão base para tal.

O que se questiona é a qualidade da informação a partir de um pré suposto que não haverá necessidade de conhecimento sociológico, filosófico e histórico. O aprendizado, quase que socrático, das boas faculdades de comunicações são de suma importância para os futuros profissionais, que aprenderão a questionar e fugir do senso comum, tão impregnado em nossa sociedade.

A desqualificação e banalização da profissão são quesitos que tornam o assunto relevante para a democracia brasileira. Ao pesquisar na Internet, sempre buscando as duas versões dos fatos me deparei com situações curiosas. Primeiro pelo assunto não ser abordado de forma ampla pelas mídias e segundo pelo fato do Sindicato Patronal de Rádio e TV, órgão que é contra a necessidade do diploma, não ter nada estampado em seu site oficial. Se o fato é tão importante, porque não está sendo divulgado?

O que se questiona não é a disputa por mercado de trabalho, que será mais difícil com a aprovação de tal recurso, pois profissionais gabaritados e competentes terão o seu lugar, mas o futuro da informação propriamente dita, a qualidade com que ela irá chegar ao receptor. O jornalismo se baseia na objetividade, imparcialidade, e passar a informação de maneira coesa é de suma importância para o futuro de qualquer nação. A grande pergunta feita pelo colunista da folha de São Paulo Nelson Mota é pertinente e precisa ser amplamente debatida: A exigência do diploma melhorou a qualidade de nossa imprensa ?

O que se discuti não é a apresentação de um pedaço de papel, que pode ser comprado facilmente em algumas instituições, mas sim o desenvolvimento intelectual de uma nação, que poderá receber informações direcionadas e manipuladas.

Do outro lado os sindicatos patronais citam os nossos vizinhos argentinos, pois lá não se faz necessário o uso do diploma de jornalismo, e nem outro superior, para o exercício da profissão, bastando apenas a comprovação de publicações em veículos de comunicações e nem por isso as instituições de ensino deixaram de existir. A verdade é que quem busca ser um profissional qualificado e com um bom senso crítico, recorre aos estudos, seja ele por meio de uma instituição qualificada ou através de mídias independentes. Muitos profissionais da área dissem que esta é uma briga de interesse corporativo, não concordo, o interesse pelo assunto deve ser amplo e abraçar todos as profissões.

Quarta feira, 1º de abril, me perdoem o trocadilho, serão 11 homens (ministros) e uma sentença, está nas mãos de nossos representantes o futuro da comunicação nacional. Que o resultado, seja ele qual for, traga embasamentos sólidos, que reforcem a necessidade de uma informação direta e sem pré-conceitos.

30/03/2009

Visita aos laboratórios despertam a curiosidade dos novos estudantes

Há um aroma pelas paredes dos laboratórios que conhecemos na última quarta-feira, 25 de março: Curiosidade.

Não tinha como negar que cada um dos alunos do 1ºSEM/JORN buscava, nos botões, câmeras e instruções das pessoas que nos acompanhavam uma própria identidade do que esperamos do futuro. Qual área seguir? TV? Rádio? Internet? Impresso?

Há uma notável ansiedade por parte de todos para que a prática comece logo a ser explorada, no entanto, sabemos da importância da matéria teórica, muito trabalhada - principalmente - nos dois primeiros semestres do curso.

Nas paredes demasiadamente cobertas de protetores contra ruídos que venham atrapalhar o desempenho dos alunos, ao tocá-las, descobríamos dentro de nós, sonhos e objetivos que serão construídos ao longo destes 4 anos de muito conhecimento.

Além da tecnologia provada e comprovada pelos mesmos corredores introspectivos dos laboratórios, percebemos um material técnico bastante interessante, com manutenções periódicas e uso adequado.

Da nossa turma, “A Terceira Onda”, participaram da visita: Érica, Lucas e Ronald. Esther, Leonardo e Fernando tiveram outros compromissos, mas já ouviram o nosso relato sobre a visita.

23/03/2009

A Terceira Onda


Nasce aqui o espaço criado pelo Grupo A Terceira Onda, o blog que será desenvolvido sob a orientação do Professor Paulo Roberto Botão; o propósito do Grupo A Terceira Onda é divulgar as informações com a máxima clareza seguindo as orientações do cronograma do trabalho que realizaremos na disciplina Introdução ao Jornalismo I, será um trabalho voltado para que as informações cheguem aos leitores do blog com entendimento no que está sendo pesquisado, e que seu formato possa vir a ser um veiculo de pesquisas para outros grupos. Queremos e desejamos que o blog siga com esse formato e propósito.

O conteúdo teórico que será apresentado ao longo deste semestre é de suma importância para o futuro do profissional do jornalista. Com ele conheceremos, através dos acontecimentos históricos, como surgiu nossa profissão e de que maneira iremos utilizar estes conhecimentos que fazem parte da evolução humana. A bagagem absorvida também servirá para nos tornarmos mais críticos, sempre com a certeza de que estamos em constante aprendizado.

Dessa forma realizar a observação dos veículos de comunicação que cada grupo pesquisará será uma forma perspicaz de trazer ao nosso conteúdo teórico muito do que se vê na prática. Sabemos que, infelizmente, nem sempre o jornalista é reconhecido pelo seu trabalho. Nós, que estamos iniciando agora um percurso acadêmico - que nos transformará em jornalistas - também temos a tarefa de tentar inverter, de alguma forma, essa concepção.
Somente observando, com ética e orientação técnica, podemos compreender melhor esse universo para apostarmos numa nova postura, que nem sempre depende apenas do profissional e sim do que a ele é oferecido.
PS: A Terceira Onda é um livro futurista escrito em 1980 pelo norte-americano Alvin Toffler. Neste livro, o autor sugere a formação de ondas civilizatórias determinadas principalmente pela matriz energética de cada período e a que leva o nome do livro é caracterizada pelo pós-industrialismo e pós-modernismo que o mundo passa a incorporar a partir da década de 1960. Nesse quadro, Toffler prevê a era da informação, a revolução científico-tecnológica em que o acesso à informação seria totalmente revolucionado. Diante disso, vemos que Toffler estava certo, hoje a formação de informação, ou seja, o jornalismo passa por uma mudança radical: a digitalização do mundo. Foi pensando nisso que tivemos a idéia para o nome do grupo; o desfio que nós, futuros jornalistas temos de enfrentar num mundo pós-moderno, no mundo da era digital.