31/05/2009

26/05/2009

4º Poder?

A conceituada jornalista Salete Lemos foi demitida de uma emissora filiada à TV Cultura depois desse desabafo.
Cumprindo o seu papel de investigar e trazer informação à população, Lemos informa, bastante indignada, sobre as taxas absurdas dos bancos. E ainda ironiza a justiça brasileira. Ela está tentando fazer a diferença...

Uma homenagem do grupo "A Terceira Onda" a essa jornalista.

25/05/2009

"A Terceira Onda" e os seus anseios

Em 23 de março de 2009 nasceu esse espaço: "A Terceira Onda", blog criado para a elaboração e desenvolvimento da disciplina INTRODUÇÃO AO JORNALISMO I, coordenada pelo professor Paulo Roberto Botão. (Saiba como surgiu o nome do grupo clicando aqui)

Ousando um pouco mais, "A Terceira Onda" elaborou um especial sobre a obrigatoriedade do diploma para se exercer a função de jornalista. O especial "deu o que falar" e rendeu polêmica no blog logo nos primeiros dias de vida. Diversas foram as manifestações de alunos e jornalistas sobre o assunto. (Clique aqui e veja o especial)

Na sequencia, "A Terceira Onda" esboçou ideias sobre o interesse público, a informação jornalística, os principais marcos do desenvolvimento do jornalismo e as necessidades de conhecimento da sociedade. (Clique aqui e conheça as ideias do grupo sobre esses assuntos)

Partindo para o campo de trabalho dos jornalistas, "A Terceira Onda" decidiu trazer em debate no jornal "A Tribuna Piracicabana". O atencioso editor chefe do jornal, Erich Vallim Vicente, recebeu os integrantes do grupo, concedendo uma entrevista muito pertinente sobre os temas atuais do jornalismo. (Clique aqui e veja a entrevista na íntegra)

Já que o grupo pesquisou sobre o jornal "A Tribuna Piracicabana", foi elaborado um resumo sobre a história do jornalismo impresso. Com o título "De papiro a jornais", a matéria traz curiosidades sobre a invenção da escrita e da impressão, desde a Acta Diurna até a penny press ou o "novo jornalismo". (Clique aqui e veja a matéria)

O grupo leva ainda para os leitores, uma rápida história sobre "A Tribuna Piracicabana". (Conheça mais sobre o jornal clicando aqui)

A TERCEIRA ONDA - Integrantes: Érica Beltrame, Esther Rosalen, Fernando Galvão, Leonardo Belquiman, Lucas Calore, Ronald Gonçales e Heloisa Kimura.

Jornal para leitores ecléticos

O jornal “A Tribuna Piracicabana” foi criado em 1974 pelo jornalista Evaldo Vicente. Três mil exemplares do impresso circulam de terça a sábado em Piracicaba. Totalmente colorido, “A Tribuna” tem em seus assinantes o principal foco de renda, onde 97% dos leitores recebem o jornal em sua residência, o restante fica a venda nas bancas de jornal.

Com matérias que primam pela localidade, o jornal desenvolve um trabalho comunitário, sendo entregue também nos municípios de Charqueada e Saltinho. Em 1989 começou a sua circulação na cidade de Rio das Pedras e Mombuca, com 4 mil exemplares entregues gratuitamente às sextas-feiras.

Em São Pedro existe, desde sua criação, um semanário com 6.500 exemplares distribuídos aos sábados. Os três jornais são em formato standard (54 cm de altura) e impressos em oficina própria.

O jornal "A Tribuna Piracicabana" tem como perfil leitores ecléticos, como professores, estudantes, advogados, empresas estatais, sindicatos, escritórios de contabilidade e etc.

Clique aqui e visite o site oficial do jornal "A Tribuna Piracicabana"

13/05/2009

De papiro a jornais

A impressão é realmente a verdadeira revolução da história do jornalismo" (PENA, Felipe)


Não tem como explicar a história do jornalismo impresso sem antes falar da invenção da escrita e da impressão que, sem dúvidas, foram os fatores que permitiram que o jornalismo impresso pudesse ter expansão em todo o mundo.

A invenção da escrita não foi considerada, de imediato, uma grande descoberta para o pensamento humano. O filósofo Sócrates, por exemplo, acreditava que um livro poderia abater por completo o conhecimento da humanidade.

Os primeiros suportes da escrita foram as tábuas de ferro sumérias, que dificultavam muito a transmissão da informação, pela baixa qualidade que se obtinha na escrita. Depois vieram as tabuletas de madeiras, marfim, bambu fundido, peles de animais, tiras de chumbo, estanho, pétalas de flor e papiro, considerado este o principal, principalmente na Antiguidade Clássica, pois era no papiro, por exemplo, que os romanos escreviam diariamente a Acta Diurna - um relato do que ocorria no Senado, além da vida social e política do Império. Esses relatos podem, inclusive, serem considerados como uma forma de jornalismo, por trazerem periodicidade e identidade.

Não se pode esquecer de trazer à tona também o nome de Gutemberg, que ficou conhecido no mundo ocidental como o grande revolucionário da impressão - uma de suas primeiras obras impressas foi a Bíblia. Através de Gutemberg foram consolidadas as línguas nacionais, difundindo-se a Reforma Protestante e também a Contra-reforma e a constituição da indústria do livro e da imprensa periódica.

Ao falar sobre a história do jornalismo impresso é importante ressaltar que o seu desenvolvimento, assim como o de outros canais de informações, está sempre envolto em interesses econômicos ou políticos da sociedade. Além, é claro, dos avanços tecnológicos.
Quando partirmos para os jornais, temos que explicar as gazetas, que vêm de "gazzete" - a moeda de Veneza, no século XVI.

As gazetas eram manuscritas, periódicas e possuíam 4 páginas, em frente e verso, custando uma unidade monetária (uma gazeta). Essas notícias eram de interesse mercantil, trazendo informações sobre as colheitas, chegada de navios, cotação de produtos e relatos de guerras. Nas gazetas, não se encontravam "títulos". Em tempo: Veneza era o centro comercial e informativo mais importante da Europa. Essas gazetas se derivam das lettere d´avvisi - cartas manuscritas, não periódicas, que já eram recebidas pelos comerciantes venezianos desde o século XIII, na Praça central da cidade, o Brolo.

No Brasil, o desenvolvimento do jornal impresso está atrelado à transferência da Corte Portuguesa no país. A “Gazeta do Rio de Janeiro” trazia informações da Corte Portuguesa, com caráter bastante oficial. Já o “Correio Brasiliense” possuía mais autonomia, trazendo – de forma independente – os fatos da nação.

Devido ao atraso das populações indígenas, a predominância do analfabetismo, a ausência de urbanização, a precariedade da burocracia estatal, e outros aspectos, o jornalismo no Brasil demorou a ser instalado se comparado a outros países, como México, Guatemala, Peru, Paraguai, Cuba, Argentina e Chile.

Um Novo Jornalismo
Na época de Gutemberg a tecnologia permitia a impressão de 50 páginas por hora. Em 1814, com a invenção de Koenig - os prelos com cilindros - era possível a impressão de 1.100 páginas por hora. Já com as rotativas de Marinoni era possível imprimir 95.000 páginas por hora. Além dessas, outras invenções foram capazes de mudar o jornalismo no século XIX: as melhorias na reprodução de imagens, com a fotogravura e a heliogravura, a invenção do telégrafo e a máquina fotográfica que inspirou o jornalismo a reproduzir, através de imagens, a realidade à sociedade.

Nesse mesmo século, o jornalismo passou a ser uma profissão, com pessoas que se dedicavam - de forma integral - a essa atividade. Agora, o jornalismo produz informação e não propaganda, nascendo a notícia baseada nos fatos e não nas opiniões, a busca pela verdade, independência (política e econômica), objetividade e noção do serviço público. Sendo assim, cria-se um "novo jornalismo", ou a "penny press", os jornais encarados como um negócio que rende lucros!

Referências teóricas:
“A Teoria do Jornalismo” (PENA, Felipe)
“Teorias do Jornalismo” (TRAQUINA, Nelson)

Grupo entrevista o jornalista Erich Vallim Vicente

O editor-chefe do Jornal A Tribuna Piracicabana Erich Vallim Vicente é entrevistado pelo grupo A Terceira Onda: "Uma das dificuldades encontrada quase que diariamente é que temos sempre assuntos demais para os leitores e espaço de menos". Acompanhe a entrevista completa abaixo.


Piracicaba, 07 de Maio de 2009

Em visita ao Jornal A Tribuna Piracicabana, o grupo A Terceira Onda contou com a colaboração do jornalista e editor-chefe Erich Vallim Vicente, que nos falou como um jornal é feito antes de ser impresso. Destacou dificuldades encontradas para obter as notícias, falou sobre a forma ética e profissional que o jornal tem como responsabilidade perante o seu publico e com seus próprios ideais e princípios.

Erich Vallim Vicente, 27, jornalista, editor-chefe do jornal A Tribuna Piracicabana, é formado na Faculdade de Comunicação da Unimep, em 2003, estudou também na Pós-Graduação da Cásper Líbero em Comunicação Jornalística. O jornalista teve um começo bastante diversificado, atuou como entregador do jornal, passando pela função de office boy e pela diagramação. Quando ingressou na faculdade, trabalhou como fotógrafo e, no seu segundo ano de faculdade, partiu para a reportagem. Dois anos após concluir o curso, assumiu o cargo que exerce até hoje. Sua equipe conta com sete jornalistas.

A Terceira Onda: Erich, qual sua rotina de trabalho no jornal?
O início do meu trabalho no jornal se dá às 13 horas. Normalmente inicio vendo a mídia em geral e faço a leitura dos três jornais da cidade para saber o que foi publicado, dando inicio ao trabalho das pautas de assuntos da cidade que será definido junto à equipe no período da tarde. As pautas de Cultura e Esporte, no entanto, são responsabilidades do próprio repórter. Seleciono as matérias fornecidas pela Agencia Estado, mais ligadas ao cenário de entretenimento global, esporte nacional, crítica de cinema, entre outros.

Existe uma atenção sobre o perfil do leitor do jornal? Você conseguiu perceber esse perfil, trabalha focado nele?
Sim, temos e nos atentamos a ele, sabemos que nossos leitores são pessoas de meia idade e de conhecimento intelectual político e cultural; temos que seguir esse perfil nas informações até porque eles representam 90% dos leitores e são assinantes.

Você pode citar alguns pontos de dificuldades na hora de fazer a seleção das matérias, por exemplo?
Uma das dificuldades encontradas quase que diariamente é a que temos sempre assuntos demais para os leitores e espaço de menos; outra é a quantidade de informação na internet, isso faz com que tenhamos que nos atentar com responsabilidade ao que vai ser publicado, temos que ser racionais, e saber a melhor forma de aproveitar o espaço físico; tem que ser matemático, o ser “matemático” é delicado e requer muita atenção, cortar caracteres não significa que a notícia vai ser mal transmitida. É complexo e tem que ser feito, sem os “tiranos” da edição, como somos chamados às vezes, o jornal pode pecar na perda do espaço, pois os assuntos são diversos e temos que distribuir esse espaço com cuidado, sempre. A negociação com fontes também é difícil, às vezes são feitas exigências que o jornal não pode cumprir.

Pode citar uma dessas exigências?
Sim, o direcionamento de matéria é um exemplo.

Sobre desafios, o jornalismo conta com vários, entre eles o de pensar no interesse público, e em como preencher essa lacuna. Como você trabalha essa questão?
Nesse caso tomamos cuidado para que não sejam colocadas notícias que não estejam dentro dos parâmetros do interesse dos leitores de Piracicaba. É um cuidado importante. Não adianta o jornal ficar enchendo espaço com notícias de cidades da região que não sejam de interesse local. Outro cuidado é o de não repetir as notícias que são produzidas pela nossa redação; se levantamos um assunto damos tempo para ele se desenvolver para depois retomar a discussão. Não fazemos repetições exageradas sobre o assunto, essa repetição fere o que é de interesse público.
As notícias na área de segurança pública que levantamos tem atenção ao que se refere a interesse público e ao interesse particular também, por exemplo, temos na cidade um caso de discussão sobre o complexo penitenciário, no qual envolve o interesse particular e o interesse público, temos famílias com presos em cidades bastante distantes que procuram soluções para isso tentando trazer o detento para a cidade de origem, e temos o fator de que o complexo está construído em um local de patrimônio publico e ambiental, e que está idealizado sem uma discussão pública sobre a construção. É assim que trabalhamos, mostrando os interesses de forma que a sociedade possa criar uma opinião a respeito.

Informar ao público questões de interesse público que não são discutidas junto à sociedade, como essa do presídio e outras que envolvem políticos e órgãos públicos trazem complicações ao jornal?
É um assunto bastante complexo e delicado, já escrevemos sobre assuntos que nos rendeu telefonemas com ameaças de processos, mas não fomos processados.


Internet. Notícias rápidas, diversidade de assuntos, facilidade de escolha do que se quer ler, isso atrapalha o impresso, deixa em cheque o clássico momento de pegar e ler o jornal página por página. Qual o impacto que esse veículo tem no jornalismo? Como você se relaciona com a internet?
Em 1996 (ou 1997, não me recordo), fiz minha primeira assinatura na internet, por curiosidade, desde então nunca deixei de lado. A internet foi um impacto na sociedade em geral e não só para o jornalismo; a internet mudou a visão sobre as mídias tradicionais, como o jornal impresso. Acredito que o impresso não está ameaçado pela internet, existem pontos que favorecem o jornal on-line, como as diferenças de política e radiodifusão no Brasil, que é pautada dentro de uma política de nação, as empresas de comunicação não podem ter mais de 30% do capital dela estrangeiro enquanto o meio online que também é um meio de radiodifusão não tem essa regra aplicada, esse é um ponto que será discutido muito ainda. Acredito que há muito a acontecer em relação a esse tema internet versus mídias tradicionais.

Como você define a formação de um jornalista?
Ela tem que se dá a partir da formação pessoal do individuo, ele (a) tem que ter entendimento da sociedade em que vive, saber sobre o mecanismo dela e como ela funciona, saber como é organizada essa democracia que a envolve, entender dos poderes, terem uma visão ampla de todos os assuntos e conhecimentos amplos também, é esse o perfil de uma formação jornalística e de qualquer outra profissão. Estar envolvido em novos conhecimentos é necessário para qualquer formação.

08/05/2009

Conceito de interesse público e informação jornalística

A sociedade - assim como o jornalismo – vem, ao longo do tempo, sofrendo mudanças em sua história com pontos importantes para se fazerem conjuntas, traçando caminhos a serem seguidos.

O jornalismo, por sua vez, vem sendo muito modificado devido às mudanças sociais e tecnológicas. Já a sociedade é moldada pela mídia e imprensa comercial que tratam as informações e a vida como se fossem um show, deixando ofuscada a informação real, séria e responsável, que poderiam fazer com que o indivíduo tivesse uma visão mais crítica e pudesse discutir com conteúdo os problemas que fazem o real interesse público.

No dicionário, público significa: “Do, ou relativo, ou pertencente, ou destinado ao povo, à coletividade”. Programas de entretenimento jornalísticos, muitas vezes, invadem a vida privada de determinados nomes da mídia, expondo estes a cenas surreais de vida, como se isto fosse realmente de interesse público.

Interesse público tem que trazer ao receptor o conhecimento que seja vital para a sua vida. Os debates sobre a política, a cultura, a educação, nem sempre são abordados da forma como realmente deveriam pelo jornalismo brasileiro. Um exemplo disso, atual, é a anulação da obrigatoriedade do diploma para exercer a função de jornalismo, que estava tramitando no Supremo Tribunal Federal. Pouco vimos na TV, rádios, revistas ou jornais sobre o assunto. Ora, e a proposta do debate público, de permitir que tenhamos uma opinião sobre esse assunto, seja ela contra ou favorável?

As informações, muitas vezes, acabam sendo censuradas ou maquiadas pelas leis de mercado. A mídia vem construindo, ao longo do tempo, o gosto do público através da sua posição que é condicionada pelo interesse também do mercado - e nem sempre pelo interesse público; assim não podemos entender que o interesse público seja um norteador dentro dessa esfera jornalística. Talvez se a imprensa mostrasse interesse e compromisso com o jornalismo ético, de postura intelectual honesta e padrões técnicos, pudéssemos ver uma transformação nesse cenário. Neste contexto, a sociedade entraria também em um ciclo de transformações, podendo mudar o que se tem por interesse.

Como sugere o texto “Conceitos e Histórias” de Felipe Pena, nem sempre o que é trazido à esfera pública seja, de fato, de interesse público; justamente por isso a informação jornalística passa por uma série de seleções que andam de acordo com os interesses dos meios de comunicação em que são produzidas.

Contudo, uma grande responsabilidade desse universo é do próprio espectador, que recebe essas informações e se considera satisfeito, não visando mudanças nesse panorama.
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